domingo, 28 de outubro de 2012

Pensando Sobre Disciplina Mental




Como a Atenção e o Autocontrole Produzem Paz

Theosophy

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A civilização industrial-materialista tem algo
central em comum com os velhos dogmas teológicos.
Ela parece ignorar a necessidade de autoconhecimento
e de auto-controle por parte dos cidadãos.  Ela pretende
condicionar e controlar os indivíduos de fora para dentro.
A teosofia autêntica,  ao contrário,  leva cada ser
humano a despertar com autonomia,  e a assumir a
sua responsabilidade diante da vida em um processo
que ocorre de modo gradual, de dentro para fora.
Publicamos a seguir, pela primeira vez em língua
portuguesa,  um artigo clássico sobre a bênção da
vigilância mental que leva ao verdadeiro despertar interior.

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Quanto mais profundamente nós mergulhamos nas ramificações do estudo teosófico, mais percebemos o poder transcendental do pensamento em todos os seus aspectos, à medida que ele influencia não só o rumo da nossa encarnação atual, mas também o padrão da nossa próxima encarnação.

Um processo que opera com certeza quase invariável torna cada vez mais claro que, a menos que estejamos sempre atentos em relação à natureza dos nossos pensamentos, em seguida nos vemos imersos em algum carma negativo e desagradável. Quantas vezes nos arrependemos da palavra impensada, do ato agressivo, da crítica cáustica, cujos resultados cármicos poderíamos ter evitado se nós, livres de emocionalismo, mantivéssemos sob vigilância a nossa vida mental?

A disciplina mental é de importância suprema para aqueles de nós que desejam trabalhar para o progresso espiritual da raça humana, e é óbvio que nos dias atuais nós temos uma responsabilidade de grande peso, embora inspiradora; trata-se de supervisar e regular os nossos processos mentais. Uma observação casual das ações da maioria das pessoas parece mostrar que elas são tão indiferentes  − ou estão tão imersas na materialidade − que não conseguem ter discernimento nem sequer diante das questões relativas ao seu bem-estar físico, e muito menos diante das questões que dizem respeito ao seu bem-estar espiritual. A atitude mais comum é a do “laissez faire”, que manda “deixar que os acontecimentos sigam seu curso”, com a esperança de que se possa permanecer sem consciência das suas conseqüências cármicas.

Não esqueçamos que um rio violento pode causar um prejuízo incrível e levar milhares de pessoas à ruína material,  mas,  se for represado, o rio produzirá uma quantidade estupenda de energia elétrica. O mesmo ocorre com nossos pensamentos: a menos que eles sejam dominados e colocados sob o controle direto de manas superior (a mente mais elevada) o resultado pode ser um sofrimento indescritível e até mesmo a ruína. Além disso, é da mais absoluta importância perceber que quando deixamos de reconhecer, de cultivar e de utilizar os poderes latentes em nós, o nosso desenvolvimento mental é retardado, porque o poder do pensamento é dinâmico e tem grande alcance, como é exemplificado pela telepatia. 

Para vencer em qualquer forma de esporte, é necessário que o indivíduo se submeta a uma disciplina do corpo físico. O mesmo ocorre com nosso veículo mental. Se queremos ser conduzidos pelo nosso manas superior e enfrentar com equanimidade as incertezas da era atual, devemos antes preparar manas inferior  para que receba as suas mensagens, e isso só pode ser obtido fazendo com que ele enfrente, às vezes, experiências pouco agradáveis.

Nós conhecemos o poder do pensamento sobre a saúde física e mental. Sabemos que se idéias negativas receberem abrigo, uma doença, real ou imaginária, pode ocorrer.  Estamos familiarizados com o poder do pensamento no mundo comercial, e sabemos como um homem de negócios bem sucedido pode dirigir os seus pensamentos e ações com um impulso meticuloso e persistente em direção a situações lucrativas, a tal ponto que ele se torna incapaz de pensar em qualquer outra coisa.

Temos visto os resultados do pensamento − controlado ou descontrolado − no campo da literatura,  nas artes e nas ciências, e sabemos que a força emitida pode ser boa ou má.  No entanto, será que nós, como indivíduos, já começamos a tarefa extremamente essencial de controlar nossos próprios pensamentos?  É só desta maneira que poderemos abrir a porta para uma vida mais completa, na qual a intuição irá eliminar o fanatismo, as idéias falsas e pré-concebidas ou os preconceitos dos sacerdotes, e abrir uma visão espiritual  de indescritível beleza, ajudando-nos a perceber a verdadeira realidade, ao invés de focar a visão no que é ilusório.

Podemos ler e estudar com zelo notável todos os livros escritos sobre teosofia, mas a menos que, e até que, “tomemos nosso destino em nossas mãos” e regulemos nossos pensamentos, não poderemos ter a  esperança de alcançar  aquela paz mental  “que nada pode perturbar e na qual a alma cresce como a flor sagrada nas lagoas plácidas” − para citar “A Voz do Silêncio”. 

Em que fonte H. P. Blavatsky obteve os seus poderes fenomenais?  E como William Q. Judge e Robert Crosbie foram capazes de iluminar o caminho para outros, exceto pela ação de dirigir os seus pensamentos a partir de uma orientação manásica superior?  É imperativo, portanto −  se  queremos progredir e ser úteis − que dominemos a arte de dirigir os nossos pensamentos, filtrando e analisando nossas impressões mentais, separando o joio do trigo, a substância da sombra, e alimentando apenas aqueles pensamentos que geram harmonia e produzem ações benéficas e positivas.

Alguém que pratica e domina a arte do controle do pensamento está sempre equilibrado. Seja durante o trabalho, o estudo ou o lazer, ele capta as características mais destacadas de um problema com grande facilidade. Isto é feito freqüentemente à primeira vista, porque a sua mente, livre de questões triviais, pode concentrar todos os seus poderes na questão que está sendo examinada. Mas ele nunca emite “conclusões apressadas”, porque, quando depois de assimilar todos os ângulos ele se sente incapaz de chegar a uma conclusão satisfatória, ele sabiamente submete o problema às suas percepções superiores, que irão finalmente revelar a solução verdadeira.  A quantidade de trabalho que a mente pode realizar é realmente surpreendente, quando é mantida uma estrita vigilância à sua porta. Porque só então os pensamentos mais úteis recebem um “sinal verde”.

O controle do pensamento tem um valor intrínseco tão grande  que quase todos os que escrevem sobre teosofia dão uma considerável quantidade de atenção ao tema, não tanto por causa dos  atributos fenomenais da mente,  mas porque esta é a primeira disciplina ao longo do caminho do desenvolvimento espiritual. Se dirigida corretamente,  esta disciplina reúne as nossas energias mais elevadas e as conduz para o crescimento interior.

Os aforismos de ioga de Patañjali indicam de que modo o estudante pode ser levado desde a fraqueza mental até a força mental; desde a arte da concentração até as alturas inefáveis da  contemplação, o que torna possível  que ele se aproxime da meta espiritual tão buscada em seus pensamentos mais secretos.

Há ainda outro aspecto neste assunto fascinante. Trata-se do reservatório universal de pensamento no qual nós, como indivíduos, vertemos diariamente nossas emanações mentais, em uma corrente que irá, de um lado, nutrir a humanidade, ou, de outro,  formar um canal até os redemoinhos de egoísmo, materialidade e avareza, e assim afetar negativamente o carma nacional e internacional.  

O pensamento é o pai da ação.  Já que cabe a nós como teosofistas praticantes ajudar aqueles que procuram o caminho enquanto ainda sofrem de dúvidas, devemos comprometer-nos diariamente a manter a mais rígida supervisão sobre as emanações do nosso plano mental.

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O texto acima foi traduzido da edição de agosto de 1952 da revista internacional  “Theosophy”, publicada em Los Angeles por associados da Loja Unida de Teosofistas.  Título original: “Thoughts on Mental Discipline”.

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Para ter acesso a um estudo diário da filosofia esotérica original, escreva a  lutbr@terra.com.br  e pergunte como é possível acompanhar o trabalho do e-grupo SerAtento.

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Texto publicado originalmente em www.FilosofiaEsoterica.com :

JORNAL DE AROMATOLOGIA LASZLO



TERCEIRA EDIÇÃO - OUTUBRO DE 2012



Principais matérias:

As múmias contam o segredo dos ossos fortes dos faraós  

Óleos essenciais na osteoporose


Geoterapia e óleos essenciais - conheça as propriedades

e diferenças de cada cor de argila e como usar

Psicoaromaterapia - Aromas tratando e curando traumas emocionais


Óleo de coco em Alzheimer: Sucesso de cura - relato médico


Óleo de abacate e seus benefícios para a próstata, pele e saúde.


Receitas de óleos essenciais em sucos


Sangue de dragão, o sangue cicatrizante da floresta


Lançamentos Laszlo: Creme e gel base para adição de óleos essenciais

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ersao_web.pdf

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O Lado Luminoso de Saturno



Inspirador da Antiga Idade de Ouro, o
Planeta dos Anéis é Co-Regente da Era de Aquário
 
 
Carlos Cardoso Aveline
 
 
 

Duas imagens de Saturno, o “Senhor dos Anéis”, Mestre do Tempo e da Lei do Carma
 
 
 
No último parágrafo de um dos seus livros, Helena P. Blavatsky previu que, caso o movimento teosófico permanecesse fiel à sua missão e projeto originais, a Terra seria “um paraíso”  em algum momento do século 21, se comparada com a situação do século 19. [1]
 
Esta visão do futuro pode surpreender ou até soar como inaceitável para quem está acostumado ao conteúdo dominante na mídia, na primeira parte do século 21. No entanto, os fatos mostram que a vida é mais estranha que a ficção, e mais surpreendente que o jornalismo convencional.
 
Escrevendo em 1887, Blavatsky deu as datas e a duração das eras astrológicas recentes, segundo a sabedoria esotérica oriental. Ela indicou que o ano de 1900 marcaria o final da era de Peixes e o início da era de Aquário. [2]
 
Blavatsky viu que o alvorecer da era aquariana produziria uma expansão da mente superior e abstrata em nossa humanidade, e que o processo seria inicialmente desastroso.  Estruturas viriam abaixo. No mesmo parágrafo em que indicava a data da nova era, Blavatsky acrescentou, referindo-se ao equinócio:
 
“Quando ele ingressar dentro de alguns anos no signo de Aquário, os psicólogos terão mais trabalho e as características psíquicas da humanidade iniciarão uma grande mudança”.
 
O Mestre Mais Severo Anuncia a Vitória
 
A transição de eras astrológicas é um processo complexo e multidimensional. Os seus efeitos se desdobram durante centenas de anos. O século 21 é forte do ponto de vista oculto e numerológico, porque equivale a três vezes sete, e tudo na natureza é tríplice e setenário. H. P. Blavatsky fez uma segunda afirmação profética em relação ao conteúdo cármico do século 21. Antes de reproduzir suas palavras, porém, cabe esclarecer algo em relação ao vocabulário clássico usado por ela: “natureza oculta” significa a “natureza essencial”, que é invisível aos olhos; e “ocultismo” é a filosofia que permite perceber esta essência existente e ativa sob as aparências externas do mundo.
 
Levando em conta o significado destas expressões, vejamos o que H. P. B. escreveu:
 
“(...) O erro é poderoso apenas na superfície, porque a Natureza Oculta o impede de tornar-se profundo. A Natureza Oculta rodeia o globo inteiro em todas as direções, e não deixa sem vigilância nem sequer o canto mais escuro. Seja por fenômeno ou por milagre, seja desta ou daquela maneira, de um jeito ou de outro o Ocultismo irá vencer a batalha antes que a era atual complete o tríplice setenário de Sani (Saturno) no ciclo ocidental europeu; em outras palavras - antes do final do século 21, da ‘era cristã’.” [3]
 
Estas são palavras fortes, e o fato de que nelas H. P. B. menciona Saturno está longe de ser casual.
 
Desde um ponto de vista astrológico, Saturno é o severo mestre do quaternário inferior ou eu básicodos seres humanos.  O fato de que a ação deste planeta parece dirigir-se aos aspectos concretos da vida não é um problema. A tríade superior ou alma imortal não é prejudicada, mas sim beneficiada, pela influência lenta e decisiva do espírito planetário cujo globo físico foi qualificado por Camille Flammarion como “a maravilha do sistema solar”. [4]
 
Quando pensamos neste planeta - que possui sete anéis e dezenas de luas - devemos lembrar que há uma diferença entre o seu aspecto material e o seu espírito. H. P. B. escreveu:
 
“Saturno, o ‘pai dos Deuses’, não deve ser confundido com o seu homônimo - o planeta que tem o mesmo nome (....). Os dois - embora em certo sentido sejam idênticos, como são idênticos, por exemplo, o homem físico e a sua alma - devem ser separados quando se trata de questões devocionais.”[5]
 
Para a teosofia, portanto, o planeta físico Saturno é o veículo ou instrumento do Saturno mitológico. Embora haja uma diferença entre o plano material e o plano espiritual deste corpo celeste, a interação entre eles é bastante semelhante à relação entre o ser humano físico e a sua alma.
 
Saturno é o Mestre do Carma, do Tempo, e das Estruturas (físicas e sutis). Ele preside a colheita cármica dos seres humanos, e ajuda a orientar o modo como eles agem diante do carma maduro. Mas também é regente do Carma Kriyamana , o novo carma que nós decidimos plantar a cada momento da vida. Saturno orienta o foco central dos nossos esforços. Ele ensina os seres humanos a aproveitar as oportunidades positivas de que estão rodeados o tempo todo, de modo a construir uma felicidade duradoura.
 
Um Degrau na Escada para o Céu
 
Mestre da disciplina e da concentração, rigoroso em relação a distrações ou desperdício de energia, Saturno desempenha um papel fundamental no simbolismo da escada para o céu que faz parte dos Mistérios Mitráicos, da antiga Roma. Dos sete degraus daquela escada, o primeiro corresponde ao “céu de Saturno”, e está a cargo da influência exercida pelo espírito deste planeta. [6] 
 
Em qualquer escada sagrada, o primeiro passo para cima preside a transição entre o plano inferior e o caminho para o céu. De certo modo, o degrau inaugural contém a chave do esforço inteiro. É ele que nos faz confrontar e ultrapassar o limite entre a dimensão material e a caminhada na direção do mundo divino.
 
Astronomicamente, os anéis de Saturno marcam a linha média ou limite entre o seu próprio hemisfério superior e seu hemisfério inferior. Saturno é também o planeta que estabelece o limite ou fronteira entre a região “doméstica” e a região “galáctica” do nosso sistema solar.
 
Mitologicamente, o espírito do planeta dos anéis corresponde ao deus judaico-cristão Jeová. E vice-versa.
 
Cronos-Saturno, o rigoroso Deus do Paraíso e que preside a Idade de Ouro, tenta preservar a vida espiritual evitando que o eu inferior humano ou personalidade se separe prematuramente da alma imortal. Quando chega o momento da separação e da diferenciação, no final das primeiras raças da atual humanidade, o Senhor Saturniano, manda Adão (a humanidade da terceira raça raiz) para fora do Jardim. Ele ordena que os seres humanos caiam, como requer a evolução, no duro mundo da vida dual e cheia de contrastes (Genesis, 3). Não há castigo, exceto como um símbolo. No momento certo, o reerguimento humano virá como uma necessidade natural da evolução.
 
Saturno mitológico é o Tempo e o Carma. Ele “devora” os seus filhos (os eus pessoais ou almas mortais). Ao devorá-los, ele os absorve de volta para o descanso na unidade indiferenciada, até que chegue o momento certo para o renascimento. O tempo e o universo são cíclicos. Tudo o que o tempo oferece, ele retira, apenas para oferecer novamente no momento adequado, com melhoras.  
 
O planeta dos anéis tem muitos nomes, e em “Ísis Sem Véu” podemos ler:
 
“Ilda-Baoth, o ‘Filho da Escuridão’ e criador do mundo material, foi apresentado como morando no planeta Saturno, o que o identifica ainda mais com o Jeová judeu, e era o próprio Saturno, segundo os ofitas, que não lhe atribuíam o nome sinaítico. De Ilda-Baoth emanam seis
espíritos, que vivem respectivamente com seu pai os sete planetas.” [7]
 
No mesmo parágrafo, Blavatsky explica que estes sete planetas e luminares sagrados são Saturno, Marte, o Sol, a Lua, Júpiter, Mercúrio e Vênus. Eles são exatamente os mesmos corpos celestes que formam a escada mitráica para o céu.
 
H.P. Blavatsky reconheceu o fato de que Saturno é o rei da idade de ouro. [8] Em várias e diferentes tradições, existe uma relação direta entre o despertar da mente mais elevada e o surgimento de eras douradas. No budismo, no Taoísmo  e em outras religiões, o ouro (assim como o Sol e a cor amarela) simboliza a consciência divina da alma espiritual. A era de ouro é marcada pela atividade de buddhi-manas, ou inteligência universal, e há uma ligação direta entre Saturno e esta mente mais elevada.
 
A Lenda da Idade de Ouro
O mito de Saturno conta que em determinado momento ele foi expulso do trono celeste e perseguido por Júpiter até encontrar exílio na região em que mais tarde surgiria Roma. A palavra Lácio deriva do verbo esconder, ocultar, e a terra de Roma é o Lácio (LatiumLatim),  porque ali um dia se escondeu Saturno.
 
Exilado, o deus dos anéis instalou-se no monte Capitólio e fundou uma cidade. Ele foi bem recebido nesta região pelo deus Jano, que também havia vindo do mundo grego. Jano - cujo mês é Janeiro - preside o portal do ano novo.  As duas divindades dividiram pacificamente o poder, e a vinda de Saturno provocou o surgimento da idade de ouro.
 
A enciclopédia de mitos e lendas publicada por Arthur Cotterell informa que durante Idade do Ouro a vida era fácil e pacífica. Nela Saturno ensinou aos povos como arar os campos e tirar proveito de um modo civilizado de vida. O estudioso Junito Brandão cita alguns versos da obra Metamorfoses, do poeta Ovídio:
 
“A primavera era eterna.
Os ventos brandos acariciavam,
com seu hálito suave,
as flores nascidas sem semente”.
 
Além disso,  Brandão cita Vergílio em “Geórgicas”:
 
“Corriam rios de leite e rios de néctar, a bebida dos deuses. A terra produzia tudo sem suor dos camponeses. Tudo pertencia a todos, e reinava uma paz profunda.”
 
E ainda:
 
“Assim era a vida na terra,
quando reinava o dourado
Saturno. Não se tinha ouvido ainda
o som da trombeta de guerra,
nem o retinir das espadas nas duras bigornas.” [9]
 
Longo tempo depois da Idade de Ouro, o povo romano ainda celebrava anualmente a memória daquele antigo paraíso no qual todos os homens eram justos, pacíficos e livres, e onde não havia cárcere, nem guerra, nem morte.  
 
No século quinto antes da era cristã, o templo de Saturno ficava em frente ao Forum de Roma e funcionava como Tesouro.
 
O festival de Saturno,  ou Saturnália, ocorria em Dezembro, no momento do ingresso do Sol em Capricórnio, e durava sete dias. Durante as festas, as pessoas comiam juntas e celebravam a fraternidade universal. Eram abolidas as rígidas distinções entre as classes sociais do mundo romano, e todos trocavam presentes em um banquete público no Forum. [10]
 
Nesta tradição se inspiram em grande parte o Natal cristão e a celebração de primeiro de janeiro como dia da fraternidade universal.
 
O nascimento de Jesus é festejado em Dezembro e sob o signo de Capricórnio, cujo regente é Saturno. É um tempo de celebração da fraternidade universal, e de troca de presentes. As festas duram pouco mais de sete dias, entre 25 de dezembro e primeiro de janeiro.  Na semana da civilização cristã, o dia de Saturno é sábado - “Saturday” em inglês. É o sétimo dia da semana, o dia do Senhor, tradicionalmente dedicado ao descanso, à oração e à harmonização interior.
 
No século 21, a influência misteriosa e as lições práticas de Saturno ajudam os humanos a recuperar pelo menos em parte a consciência iluminada, a consciência solar, que leva a uma sociedade de ouro.
 
Dentro do quinto princípio da consciência humana, a mente, está ocorrendo o despertar do sexto sub-princípio, o centro da intuição espiritual.  
 
A intuição da mente espiritual é filosófica. Ela raciocina e usa palavras. Seu surgimento constitui o redespertar da inteligência da alma. É deste nível mais alto de visão e consciência que está emanando - desde o final do século 18 - a próxima civilização da fraternidade e do respeito à vida.
  
Durante a nova era, será inevitável redescobrir o lado luminoso de Saturno, o regente da idade de ouro, o mestre que ensina o cumprimento do dever e a visão de longo prazo, através das lições do planejamento, do realismo da persistência.
 
Segundo a teosofia e a astrologia, nosso sistema solar é uma escola de almas. A Terra funciona como uma sala de aulas. Neste contexto quase eterno de ensino e aprendizagem de todos os seres, o planeta dos anéis foi visto como o único regente astrológico de Aquário, até a descoberta de Urano em 1781.[11]
 
Hoje, Saturno é oco-regente mais tradicional da era de Aquário e o que está situado mais próximo à Terra. Ele exercerá um papel inspirador nos próximos séculos. O seu rigor, considerado desagradável por alguns, ensina a merecer e obter vitórias duráveis. Ao lado de outros centros de inteligência cósmica que influenciam a Terra, a ação silenciosa de Saturno no céu terrestre e na mente humana já faz com que a lei da fraternidade responsável  seja compreendida em escala cada vez maior. Os seres de boa vontade são os cidadãos do futuro. 
A marca da vitória da consciência universal já pode ser vista em pequena escala, e consiste na  predominância da ética e da solidariedade.
 
 
NOTAS:
 
[1] Veja as linhas finais de “A Chave Para a Teosofia”. A obra tem várias edições em português.
 
[2] H. P. Blavatsky escreveu: “É um ciclo histórico e não muito longo, mas muito oculto, que dura cerca de 2.155 anos solares (.....) Ele começou anteriormente em 2.410 antes da era cristã e em 255 A. E. C., ou quando o equinócio entrou no signo de Áries, e também no signo de Peixes.” (“Collected Writings of H. P. Blavatsky”, TPH, Índia, Volume VIII, p. 174, nota de rodapé.) Décadas mais tarde, Geoffrey Barborka comentou esta afirmativa: “Já que 2.155 anos é a duração de cada um dos ciclos das eras de Áries e Peixes, e como a era de Peixes começou em 255 A. E. C., a data da era de Aquário é o ano de 1900 da era cristã.”  (“Secret Doctrine Questions & Answers”, Geoffrey Barborka, Wizards Bookshelf, San Diego, Califórnia, EUA, 2003, 197 pp., ver p. 100.)
 
[3] “Collected Writings of HPB”, TPH, Índia, volume XIV, p. 27.
 
[4] “Les Étoiles et les Curiosités du Ciel”, Camille Flammarion, C. Marpon et E. Flammarion, Éditeurs, Paris, 1882, 792 pp., ver p. 641.
 
[5] “Collected Writings of HPB”, TPH, India, volume XIV, p. 334.
 
[6] “Mitologia Grega”, Junito de Souza Mourão, Editora Vozes, Rio de Janeiro, três volumes, ver volume II, pp. 60-61.   Veja também “Mithras, Mysteries and Initiation Rediscovered, de D. Jason Cooper, Samuel Weizer, Inc., EUA, pp. 113-140.
 
[7] “Isis Unveiled”, H.P.B., Theosophy Company, Los Angeles, Volume II, p. 294. Veja outra tradução do mesmo trecho em “Ísis Sem Véu”, H. P. B., Ed. Pensamento, volume III, p. 260.
 
[8] “Isis Unveiled”, obra citada, volume II, pp. 216. Na edição brasileira de “Ísis Sem Véu”, ver volume III, p. 194.  
 
[9] “Dicionário Mítico-Etimológico da Mitologia e Religião Romana”, Junito Brandão, Ed. Vozes, Rio de Janeiro, 1993, ver p. 268-271.
 
[10] “The Illustrated Encyclopedia of Myths & Legends”, Arthur Cotterell, Cassell-Marshall Editions, London, 1989. O volume tem 259 páginas de 23 cm x 30 cm. Ver página 157, item “Saturn”.  Veja também as páginas 118 e 117.
 
[11] “Enciclopédia de Astrologia”, de James R. Lewis, Editora Makron Gold, São Paulo, 1998, 622 pp., ver p. 477.
 
 
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A primeira versão do artigo acima foi publicada sob o título “The Bright Side of Saturn” na revista “Insight”, da Sociedade Teosófica de Adyar na Inglaterra, na sua edição de verão de 2004 (o verão do hemisfério norte corresponde ao inverno do hemisfério sul).  
 
Uma versão em português foi publicada em outubro de 2004 pela revista “Planeta”, de São Paulo. O texto também apareceu na publicação “The Aquarian Theosophist”, em abril de 2005.
 
Revisado por Aveline em 2011, o texto está disponível em inglês em www.FilosofiaEsoterica.com e websites associados.  
 
A presente versão em português, feita pelo próprio autor em outubro de 2012, não é uma transcrição ou tradução literal de nenhuma das versões anteriores. O conteúdo filosófico do texto, porém, permanece igual desde 2004.    
 
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Publicado originalmente em www.FilosofiaEsoterica.com

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Filosofia Universal na ExpoIjui 2012



O Dodecaedro, construção geométrica de 12 lados
iguais, simboliza o universo e tem valor meditativo.

Uma Filosofia Universal


Conheça a filosofia universal que ensina a arte de viver em paz.  Elimine gradualmente as fontes de ansiedade e sofrimento. Ponha em movimento as causas do bem-estar interior.  Leia sobre a visão de mundo que está construindo a civilização da fraternidade. 

Dados do início de outubro de 2012 apontam a marca de 1075 textos e áudios sobre Sabedoria e Autoconhecimento disponíveis através dos websites que compõe este projeto de Informação Solidária. Em espanhol, são 29 textos. Em inglês, são 374 textos. Em língua portuguesa, há 672 itens.

A reprodução dos textos que compõe o acervo de nossos websites e blogues é livre, uma vez que seja feita na íntegra e citadas a fonte e o autor.

Agradecemos o apoio crescente de leitores e editores de blogues e sites que tornam o nosso material acessível para mais pessoas, enquanto constroem uma rede planetária de parcerias duráveis a longo prazo.

Espaço Teosófico Hobby Sabedoria

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Entre as obras filosóficas disponíveis para venda no Stand encontra-se “Teco, O Poeta Sonhador” de autoria do prof. escritor e “Patrono da Feira do Livro de Ijui 2012”.


AMÉRICO PIOVESAN
05591819985

Estamos Presentes na ExpoIjui 2012 - Pavilhão 2 - Stand 13

Visite-nos.

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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Boletim O TEOSOFISTA Outubro 2012


Caros Amigos,

O website www.FilosofiaEsoterica  e sites e blogs associados estão divulgando esta semana a edição de outubro de O TEOSOFISTA.

Em nota, os editores informam:

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A edição abre com um texto intitulado Aprendendo com a Tartaruga: Produzir Mais, Esperar Menos. Uma das ideias do artigo é agradecer ao invés de pedir ou reclamar.

Em seguida, temos um trecho de Luz no Caminho em que se discute a aliança necessária entre os níveis superiores e inferiores de consciência. Mas,“antes que o ouvido possa ouvir, ele deve ter perdido a sensibilidade”.

O Teosofista apresenta uma nota breve sobre tema decisivo: Como Desligar-se da Ignorância. Não há necessidade de temer a mudança, mas paz-ciência e determinação são fatores essenciais.

O artigo A Responsabilidade dos Teosofistas  faz uma relação entre o movimento esotérico e o capítulo 18 de Gênesis. Está em jogo nada menos que o conjunto do Carma humano

O texto As Crianças e a Civilização discute o papel dos educadores na construção do amanhã.   Uma Foto dos Anos 1880 reúne grande parte dos pioneiros e fundadores do movimento teosófico. A edição conclui com a lista de novos textos em nossos websites, e o Compromisso de Kwan-Yin.  Segundo alguns estudiosos, o Compromisso de Kwan Yin  resume a caminhada esotérica: com menos de 40 palavras, em linguagem simples, o texto ensina algo indispensável para estudantes avançados,  e fundamental para os que querem ganhar tempo, indo logo ao essencial.   
 
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O TEOSOFISTA  de outubro de 2012  já  pode ser lido diretamente nos websites  www.FilosofiaEsoterica.com ,  www.TeosofiaOriginal.com e www.VislumbresDaOutraMargem.com .  Ele também está entre os  “Doze Textos em Destaque”, em www.FilosofiaEsoterica.com .

Além disso, basta escolher um destes links diretos para chegar ao texto:  





A reprodução de  O TEOSOFISTA é livre, uma vez que seja feita na íntegra e seja citado o website de onde for retirado.

Convidamos nossos leitores a visitarem nossas páginas no Facebook, FilosofiaEsoterica.com e TheosophyOnline.com.

Os interessados em um estudo diário da filosofia esotérica original devem escrever a  lutbr@terra.com.br ,  perguntando como é possível acompanhar o trabalho do e-grupo  SerAtento.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Algumas Palavras Sobre a Vida Diária



Se Cada Um Cumprir Seu Dever, a Soma do
Sofrimento Humano Será Reduzida em Pouco Tempo
 
 
Um Mestre de Sabedoria  
 
 
 
“Ponham as suas boas intenções em prática
sem demora, e sem permitir que uma só delas
permaneça apenas no terreno das intenções.”
 
 
 
 
  
 
Uma imagem dos Himalaias, em quadro de Nicholas Roerich
 
 
 
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Publicado pela primeira vez em 1888,
o documento a seguir esclarece aspectos
fundamentais do esforço teosófico moderno.
 
Para tornar mais fácil uma leitura
contemplativa do texto, dividimos alguns
dos seus parágrafos em parágrafos menores.
 
(C. C. A.)
 
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Só a filosofia divina - a união espiritual e psíquica do homem com a natureza - pode, através da revelação das verdades fundamentais ocultas sob os objetos dos sentidos e da percepção, promover um espírito de unidade e harmonia, apesar da grande diversidade que há entre as religiões em conflito.
 
A teosofia, portanto, espera e exige dos membros da Sociedade [1] uma grande tolerância mútua e caridade em relação aos defeitos uns dos outros, e uma ajuda mútua incondicional na busca das verdades de cada aspecto da natureza moral e da natureza física. Este padrão ético deve ser aplicado de modo inabalável na vida diária. [2]
 
A Teosofia não deve representar apenas uma coleção de verdades morais, um pacote de ética metafísica expresso em dissertações teóricas. A teosofia deve ser algo prático; e tem, portanto, que ficar livre de digressões inúteis, no sentido de discursos volúveis e conversas elegantes.
 
Se cada teosofista cumprir apenas o seu dever - aquilo que ele pode e deve realizar - em pouco tempo se verá que a soma do sofrimento humano ficou visivelmente reduzido, dentro e ao redor das áreas de cada loja da nossa Sociedade. Esqueçam o EU no trabalho pelos outros, e a tarefa passará a ser fácil, e leve, para vocês . . . . . .
 
Não deixem que o seu orgulho em relação a este trabalho dependa do apreço e do reconhecimento dos outros. Por que algum membro da Sociedade Teosófica [3], tentando ainda tornar-se um teosofista, iria atribuir qualquer valor à opinião boa ou má que o seu próximo tenha dele próprio e do seu trabalho, se ele sabe por si mesmo que o trabalho é útil e benéfico para outras pessoas? O entusiasmo e o elogio humanos são de curta duração, na melhor das hipóteses. A risada do zombeteiro e a condenação do observador indiferente seguramente virão, e em geral elas têm mais força que o elogio e a admiração dos que simpatizam. Não desprezem a opinião dos outros, nem provoquem inutilmente críticas injustas da parte do mundo. Ao invés disso, permaneçam indiferentes tanto ao desrespeito quanto ao elogio de quem nunca poderá conhecer vocês como vocês realmente são, e diante de quem, portanto, vocês devem manter-se imperturbáveis tanto numa situação como na outra, sempre colocando a aprovação ou condenação do seu próprio Eu Interior acima da opinião das multidões.
 
Quem quiser conhecer a si mesmo no espírito da verdade deve aprender a estar sozinho até mesmo no meio de grandes multidões, que podem rodeá-lo às vezes. Procurem a comunhão e o diálogo apenas com o Deus que está em suas próprias almas. Levem em conta somente o elogio ou a condenação daquela divindade que jamais pode separar-se dos seus verdadeiros eus; porque tal divindade é de fato um Deus, isto é, a CONSCIÊNCIA MAIS ELEVADA. 
 
Ponham as suas boas intenções em prática sem demora, e sem permitir que uma só delas permaneça apenas no terreno das intenções. Façam isso sem esperar recompensa ou mesmo reconhecimento do bem que vocês possam ter feito. A recompensa e o reconhecimento estão em vocês mesmos e são inseparáveis de vocês, porque só os seus Eus Internos podem apreciar suas ações e perceber o verdadeiro valor delas. Cada um de vocês contém dentro do seu tabernáculo interior a Corte Suprema - o promotor, a defesa, o corpo de jurados e o juiz - cuja sentença é a única da qual não se pode recorrer. Ninguém poderá conhecer vocês melhor do que vocês mesmos, quando tiverem aprendido a julgar a si próprios a partir da luz invariável da divindade interna - a sua Consciência mais elevada. Deixem, portanto, que as massas - sempre incapazes de conhecer os seus verdadeiros eus - condenem os seus eus externos de acordo com falsos critérios . . . . .
 
A maior parte da assembléia pública de magistrados é geralmente composta de juízes nomeados por si mesmos, que jamais adotaram como divindade permanente qualquer ídolo além das suas próprias personalidades, os seus eus inferiores. Aqueles que tentam seguir ao longo da vida a sua luz interiornunca serão vistos julgando - muito menos condenando - os mais fracos. Que importância tem, então, o fato de tais juízes condenarem ou elogiarem, e humilharem vocês, ou os colocarem em um pedestal?
 
De um jeito ou de outro, eles nunca os compreenderão. Podem transformá-los em ídolos, enquanto pensarem que vocês são um espelho fiel deles próprios, situados no pedestal ou altar que eles construíram; e enquanto vocês os divertirem, ou os beneficiarem. Vocês não podem esperar ser para eles qualquer coisa exceto um fetiche, que substitui outro fetiche destronado antes. E, no seu devido tempo, vocês também serão substituídos por outro ídolo. Deixem, pois, que aqueles que construíram o ídolo o destruam no momento que quiserem, jogando-o por terra por motivos tão fúteis quanto os motivos que tiveram para construí-lo.   A sua Sociedade Ocidental não pode viver sem um líder instantâneo, e tampouco pode adorá-lo por mais do que um momento.  Mas sempre que a sociedade quebra um ídolo e joga lama sobre ele, não é o modelo que a sociedade destrona e destrói, e sim a imagem desfigurada criada pela sua própria fantasia distorcida, à qual atribui os seus próprios vícios.
 
A Teosofia só pode ser expressada objetivamente através de um código de vida que abranja o todo,  completamente impregnado pelo espírito da tolerância mútua, da compaixão e do amor fraternal. A sua Sociedade, como organismo [4], tem diante de si uma tarefa que, a menos que seja realizada com grande discernimento, fará com que o mundo dos indiferentes e dos egoístas se volte contra ela.
 
A Teosofia tem que combater a intolerância, a ignorância e o egoísmo, ocultos sob o manto da hipocrisia. Ela tem que distribuir toda a luz que puder a partir do fogo da Verdade, colocado sob responsabilidade dos seus servidores. Deve fazer isso sem medo ou dúvidas, e sem temer críticas nem condenação.
 
Através da sua porta-voz, a Sociedade, a Teosofia tem que dizer a VERDADE olhando de frente para a MENTIRA. Deve enfrentar a fera em sua toca, sem temer ou pensar sobre consequências negativas, e fazer frente tanto a calúnias como a ameaças.
 
Como Associação, a Sociedade tem não só o direito, mas o dever de revelar o vício e fazer o possível para corrigir os erros, seja através dos seus palestrantes escolhidos ou da palavra impressa dos seus jornais e publicações. No entanto, as acusações devem ser feitas de um modo tão impessoal quanto possível. E os seus membros, individualmente, não têm este direito.
 
Antes de mais nada, os seguidores da Teosofia devem estabelecer o exemplo de uma moralidade firmemente definida, e aplicada com igual firmeza, para depois terem o direito de assinalar, mesmo que com um espírito amável, a ausência de uma unidade ética e de um propósito unificado em outras associações ou indivíduos. Nenhum teosofista deve acusar um irmão, seja dentro ou fora da associação; e tampouco pode lançar uma mácula sobre as ações de outro indivíduo, ou denunciá-lo, sob pena de perder o direito de ser considerado um teosofista. Porque, como teosofista, ele deve desviar o olhar das imperfeições do seu próximo, e concentrar sua atenção mais precisamente sobre as suas próprias falhas, para corrigi-las e tornar-se mais sábio.  Ele não deve mostrar a disparidade entre a pretensão e a ação, nos outros. Seja no caso de um irmão, de um vizinho ou de um cidadão qualquer, o teosofista deve sempre ajudar, no árduo caminho da vida, aquele que é mais fraco que ele.
 
Os problemas da verdadeira Teosofia e da sua grande missão são, primeiro, a produção de concepções claras e inequívocas a respeito de ideias e deveres éticos, de modo que possam satisfazer do melhor modo possível e da maneira mais completa os sentimentos corretos e altruístas dos seres humanos; e, em segundo lugar, a ligação de tais concepções com a vida diária, de modo a criar-se um campo onde elas possam ser aplicadas de maneira adequada.  Este é o trabalho comum colocado diante de todos os que estão dispostos a agir com base em tais princípios. É um trabalho laborioso, que exige esforço intenso e perseverança, mas ele levará vocês a fazer um progresso imperceptível, e não deixará espaço para aspirações egoístas fora dos limites traçados . . . . .
 
Não caiam na tentação de fazer comparações pessoais anti-fraternas entre a tarefa realizada por vocês e a tarefa deixada sem fazer por seus próximos ou seus irmãos. Na lavoura da Teosofia, ninguém tem o dever de cuidar de um pedaço de terreno maior do que a sua força e a sua capacidade permitem.
 
Não sejam demasiado severos em relação aos méritos ou deméritos de quem busca admissão em suas fileiras, porque só o Carma sabe a verdade sobre o real estado do ser humano interno, e só esta LEI, que tudo vê, pode lidar com justiça a este respeito.
 
Até mesmo a presença entre vocês de um indivíduo bem intencionado e que tem simpatia pode ajudá-los magneticamente . . . . . . Vocês são trabalhadores voluntários na lavoura da Verdade, e devem deixar livres os caminhos que levam até esta lavoura.
 
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O grau de êxito ou fracasso são as indicações que os mestres devem seguir, porque os seus erros constituirão as barreiras colocadas por suas próprias mãos entre vocês e aqueles a quem pediram que fossem seus professores. Quanto mais o estudante se aproximar da meta buscada, menor será a distância entre ele e o Mestre.
 
 
NOTAS:
 
[1] “Membros da Sociedade”, isto é, “membros do movimento teosófico”. A sociedade teosófica original deixou de existir durante os anos 1890.  (C. C. A.)
 
[2] Erich Fromm escreve em seu livro “Man for Himself”:   
 
“É impossível compreender o homem e as suas perturbações emocionais e mentais sem que haja uma compreensão da natureza dos conflitos morais e conflitos de valores. O progresso da Psicologia não surge do divórcio entre um reino supostamente “natural” e um reino supostamente “espiritual”, focando-se a atenção sobre o reino “natural”. O progresso surge de voltar à grande tradição da ética humanística, que enxerga o homem em sua totalidade física e espiritual, e acredita que a meta do homem é ser ele mesmo, e que a condição para alcançar esta meta é que o homem aja com autonomia.” (“Man for Himself”, Erich Fromm, Holt, Rinehart and Winston Ltd., New York, USA, 1960, 254 pp., see p. 7) (C. C. A.)
 
[3] Isto é, do movimento teosófico. (C. C. A.)
 
[4] Ou o seu movimento e suas associações, como organismos. (C. C. A.)
 
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O texto “Algumas Palavras Sobre a Vida Diária”  foi traduzido da revista “Lucifer”, de Londres, edição de janeiro de 1888, pp. 344-346.  Ele também está em “The Collected Writings of H. P. Blavatsky”, T.P.H., volume VII, pp. 173-175. “Lucifer” é um nome antigo do planeta Vênus, a “estrela d’alva” e a “estrela vespertina”.   Desde a Idade Média, o significado da palavra tem sido distorcido por sacerdotes desinformados e supersticiosos.   
 
A editora da revista, H. P. Blavatsky, escreveu que o artigo “Algumas Palavras Sobre a Vida Diária(“Some Words on Daily Life”) foi escrito por um Mestre de Sabedoria. Uma transcrição do mesmo texto, com algumas diferenças e comentários, foi publicada por C. Jinarajadasa como Carta 82 da segunda série de “Letters From the Masters of the Wisdom”. Este material foi publicado no Brasil pela Editora Teosófica, de Brasília, sob o título de “Cartas dos Mestres de Sabedoria”.
 
 
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Para ter acesso a um estudo diário da teosofia original, escreva a lutbr@terra.com.br  e pergunte como é possível acompanhar o trabalho do e-grupo SerAtento.
 
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Texto publicado originalmente em www.Filosofiaesoterica.com