sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A Arte de Planejar o Futuro


 

O Tempo Constitui Um Recurso Natural Valioso

Carlos Cardoso Aveline
  
Qualquer momento é adequado para planejar com atenção o uso do tempo. É preciso, no entanto, ter a capacidade interior de observar com calma o ritmo atual das nossas atividades, para então decidir onde e como modificar a rotina e usar da melhor forma possível esse recurso limitado e de enorme  valor. 
  
“Águas passadas não movem moinho”, afirma o ditado. De fato, o tempo pode ser considerado um recurso natural em grande parte não-renovável. O uso correto do misterioso tempo ― talvez o mais valioso dos recursos naturais ― é um dos grandes desafios do cidadão em todas as épocas.  Vivemos hoje sob a ditadura dos relógios, e a sensação de que o tempo é curto é quase universal nos dias atuais.  Somos interrompidos a todo momento em algumas das nossas atividades.  Por isso nem sempre é fácil viver profundamente ou descobrir que, como almas espirituais, teremos o tempo eterno à nossa disposição, se  usarmos com alguma sabedoria o tempo miúdo de curto prazo.  

Apesar dos obstáculos criados pela nossa própria ignorância, é provavelmente possível para cada um de nós planejar e usar o tempo de modo mais inteligente.       (...)
http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=370

domingo, 26 de dezembro de 2010

Amor e Disciplina


 

Um Trecho do Livro “Os Sete Níveis da Intimidade”

Matthew Kelly

Quando você pensa na palavra "disciplina", o que lhe vem à mente? Para muitos, disciplina faz lembrar um professor exigente, um pai ou mãe controladores. Tente deixar de lado essa idéia e pense na disciplina que um atleta adota livremente para obter o melhor de si mesmo. Ninguém pode torná-lo disciplinado. A disciplina é um presente que damos a nós mesmos.

Todos os aspectos do ser humano desabrocham com disciplina, e o mesmo acontece com os relacionamentos. A disciplina é o preço que a vida cobra pela felicidade. Novamente, não estou falando do prazer passageiro, e sim de felicidade duradoura. Você não pode ser feliz por um período longo se não tiver disciplina.

A disciplina é a estrada que leva à plenitude da vida.

Pense nos quatro aspectos do ser humano: físico, emocional, intelectual e espiritual. Quando nos alimentamos bem, nos exercitamos com freqüência e temos uma rotina de sono regular, nos sentimos mais plenamente vivos fisicamente. Quando amamos, quando damos prioridade aos relacionamentos significativos de nossas vidas, quando nos dedicamos a ajudar os outros em sua jornada, nos sentimos mais vivos intelectualmente. Quando entramos na escola do silêncio e nos postamos diante de Deus em oração, vivenciamos a vida mais plenamente do ponto de vista espiritual.

Cada uma dessas formas de vida mais plena requer disciplina.

Alimentar-se bem requer disciplina. Exercitar-se requer disciplina. Pensar nas necessidades dos outros antes das nossas requer disciplina. Tornar-nos as melhores  pessoas que podemos ser exige escolhas, e as escolhas requerem disciplinas.

Você está desabrochando? Ou apenas sobrevivendo?

Quando nos sentimos mais plenamente vivos? Quando adotamos uma forma de disciplina. O ser humano desabrocha com a disciplina.

A disciplina é a chave da liberdade. É fácil ceder ao apelo dos prazeres momentâneos que este mundo oferece com tanta facilidade, mas todos os grandes homens e mulheres conhecem o valor de adiar as gratificações imediatas. Os heróis, líderes, campeões e santos que povoam os livros de história souberam adotar a disciplina muito bem.

Neste momento da história, o prazer e a gratificação imediata parecem ser os mestres da maioria das pessoas. Nós nos vemos escravizados e aprisionados por milhares de caprichos, anseios, vícios e apegos. Interiorizamos a idéia de que liberdade é a capacidade de fazer o que se quer, quando e onde se tem vontade, sem interferência de qualquer autoridade.

Mas liberdade não é a capacidade de se fazer o que se quer.  Ser livre é ser capaz de escolher. Liberdade é a capacidade de escolher a cada momento o que é bom, verdadeiro,  nobre e certo, para ir se tornando a melhor pessoa que você pode ser. Liberdade sem disciplina é impossível.

Mas a liberdade não é o centro da vida.  Não. O amor é a essência da vida. O amor é a grande alegria da vida e sua maior lição. O amor é a única razão pela qual se dá a vida. Nós nos mantemos ocupados com tantas coisas e deixamos de lado, ignoramos, negligenciamos essa única e grandiosa tarefa. O amor é a principal e mais importante tarefa ― amar a si mesmo, esforçando-se para se tornar a melhor pessoa possível; amar os outros, incentivando-os em sua busca para se tornarem as melhores pessoas possíveis; e amar a Deus, tornando-se tudo aquilo que você foi criado para ser.

Para amar, porém, você precisa ser livre, pois amar é entregar-se a alguém ou a alguma coisa gratuitamente, de forma completa,  incondicional e sem reservas. Mas, para se entregar ― a outra pessoa, a uma missão , a Deus ―, é preciso primeiro se conhecer e ser dono de si mesmo. A posse de si mesmo é a liberdade. Ela é um pré-requisito para o amor e só pode ser obtida por meio de disciplina.

É por isso que tão poucos relacionamentos florescem na nossa época. A própria natureza do amor exige a posse de si mesmo. Sem auto-controle e auto-domínio, somos incapazes de amar e de nos entregarmos.

O problema é que não queremos disciplina. Queremos que alguém nos diga que podemos ser felizes sem disciplina. Mas é impossível. Na verdade, se você quiser medir seu nível de felicidade, meça o nível de disciplina em sua vida. Os dois estão diretamente relacionados.

Cada passo em direção à  melhor pessoa que podemos ser requer disciplina. (...)

Se  não houver disciplina, não há  amor.
 

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Reproduzido das pp. 53-55 do livro “Os Sete Níveis da Intimidade”, de Matthew Kelly, Ed. Sextante, RJ, 2007, 221 pp.   Em língua inglesa, visite o site www.matthewkelly.org .
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http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=383

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Futuro do Cristianismo


Uma Carta Aberta ao Arcebispo de Cantuária
  
Helena P. Blavatsky

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Nota dos Editores:

Durante séculos, o Vaticano promoveu a tortura e a morte no fogo de
centenas de milhares  de pessoas inocentes. A desculpa era “Lúcifer”,
o inimigo  imaginário de um deus medieval sedento de sangue. A palavra
“Lúcifer”, porém, é muito anterior ao cristianismo e significa  “portador
da luz”. O termo designa o planeta Vênus, a “estrela da manhã”,
que anuncia o nascer do sol. A palavra foi distorcida pelos teólogos
medievais, quando eles decidiram fabricar um “inimigo terrível”
para  justificar o uso sistemático do assassinato em nome de Deus.
Em Londres, na etapa final da sua vida, Helena P. Blavatsky fundou
uma revista e chamou-a de “Lúcifer”. H.P.B. queria resgatar da fraude
teológica este termo pré-cristão da sabedoria universal. Foi em “Lúcifer”,
na edição de dezembro de 1887, que apareceu pela primeira vez o artigo
a seguir,  uma carta aberta ao Arcebispo de Cantuária. Seu título original é
Lucifer to the Archbishop of Canterbury, Greeting!” (“Saudações de  
Lúcifer  ao Arcebispo de Cantuária!”).  A cidade de Cantuária (em inglês,
Canterbury) está situada no sudeste da Inglaterra e constitui o principal
centro religioso do país. Ali vive tradicionalmente o arcebispo que lidera
a Igreja Anglicana. Cabe registrar ainda que a Sociedade Teosófica
original não existe mais. Ela deu lugar a um movimento amplo e marcado
pela diversidade de organizações. Portanto, no texto a seguir,
onde se lê “Sociedade Teosófica”,  deve-se ler “Movimento Teosófico”.

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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Se Cristo Voltar Neste Natal





O Que Ocorrerá Se Subitamente Surgir Em
Público Um Grande Instrutor da Humanidade? 


Carlos Cardoso Aveline


Os rótulos não substituem a realidade. A sabedoria divina flutua acima das aparências visíveis, dos nomes próprios e das imagens personalizadas. O conhecimento universal é como um círculo infinito cujo centro está em todas as partes: por isso, a essência de cada religião ou filosofia contém a essência de todas as outras.

Quando vemos em profundidade a figura de Jesus Cristo, reconhecemos que ele simboliza no Ocidente os sábios e os instrutores da humanidade.  Krishna, Buddha, Pitágoras, Platão, Lao-tzu, Confúcio e Cristo ensinam a mesma sabedoria universal.

Os grandes sábios jamais afastaram-se da humanidade, mas o contato com eles  não é verbal e visual. Os seres humanos recebem sua ajuda e sua inspiração em planos superiores de consciência, acima do que é percebido pelos cinco sentidos e pelo nível “pessoal”, denso e primário, da atividade do cérebro. O contato a ser buscado é com a sabedoria em si mesma e não com a personalidade deste ou daquele instrutor.  

Qual é, então, o verdadeiro significado da idéia de uma volta visível de Jesus?  (...)

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Se Cristo Voltar Neste Natal:
http://www.filosofiaesoterica.com/ler.php?id=642


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Não pergunte, pois, quando, ou onde, se dará a volta do Cristo.  A volta do Cristo se dará em sua mente e seu coração, neste exato Natal e neste Ano Novo, e sempre e quando você estiver preparado para ela.

É da consciência de cada cidadão de boa vontade que o grande Advento se irradia, estimulando a regeneração de todas as formas de vida. 


sábado, 18 de dezembro de 2010

As Revoluções de Percepção


  
Os Momentos de Iluminação Súbita e o “Ponto Ômega”
 
 
 
O Teosofista

 
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O texto a seguir foi publicado
originalmente no boletim mensal
“O Teosofista”, de outubro de 2008.
 
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Em um ensaio intitulado “O que são revoluções científicas?”,  o físico e filósofo Thomas Kuhn discute a relação que há, na  busca do conhecimento, entre o caminho gradual e a ruptura súbita com aquilo que parece estar estabelecido.   
 
Kuhn notabilizou-se por analisar o contraste entre as duas modalidades. O desenvolvimento científico “normal” progride através do acúmulo linear de conhecimento. O progresso científico “revolucionário” ocorre de modo não-acumulativo, e abandona ou altera premissas da fase anterior. [1]
 
Durante as fases de acumulação gradual, preparam-se lentamente as bases das próximas rupturas com o passado.  Cada vez que ocorre uma “ruptura revolucionária” no progresso científico, grandes blocos que conhecimento, que até ali pareciam centrais e indispensáveis, caem para um segundo plano ou são totalmente abandonados.  
 
O conceito de “revolução científica” de Kuhn não fica necessariamente limitado à ciência exata.  Ele tem uma componente multidisciplinar e universal. Toda forma de vida, inclusive a vida de um país ou civilização, é sempre uma jornada em busca de conhecimento;  e, como tal, combina os dois “modos de conhecer”  detectados por Kuhn. De um lado, a percepção gradual. De outro, a “descoberta súbita”.    (...)




quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A Arte de Corrigir os Erros


Exercícios Práticos Para Obter a Sabedoria 

The Theosophical Movement

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O texto a seguir foi publicado pela
primeira vez pela revista teosófica
internacional “The Theosophical
Movement”, na Índia, edição de
novembro de 2009,  pp. 9-12. Título
original: “On Correcting Errors”.
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 O falso conhecimento é rejeitado pelo Sábio,  e
espalhado ao Vento pela Boa Lei.  A roda da Boa
Lei gira para todos, os humildes e os orgulhosos.
(“A Voz do Silêncio”, H.P. Blavatsky, Fragmento II)

Onde quer que haja um afastamento do que é verdadeiro, é criada uma oscilação  que desfaz a harmonia. É em tais casos que a correção se torna necessária.  O efeito adverso de um erro não é posterior a ele, mas está, na realidade, incluído na causa que o produz. Só o ignorante e o tolo se alegram quando não veem efeitos adversos imediatos, acreditando que o desvio de algum modo não produzirá efeitos.

A violação das verdades pode ocorrer sem conhecimento. Por outro lado, pode ser algo deliberado. As medidas que podem ser tomadas para corrigir o erro no primeiro caso serão totalmente inadequadas para a correção no segundo caso; e isso embora nos dois  casos a ação errada possa ser idêntica, ou aparentemente idêntica.  De qualquer modo, para ser efetiva, a correção deve acontecer no nível das causas, do pensamento e das motivações.
A ação que é errada devido a um desconhecimento pode ser corrigida através do conhecimento e da compreensão da verdade.

A compreensão nem sempre ocorre quando há conhecimento.

A culpa do homem que, mesmo conhecendo a Lei, vai adiante e a quebra deliberadamente, é muito maior. A reação que isso provoca é mais severa, por causa do processo deliberado que antecede a ação.  Este erro deliberado e frequentemente planejado significa que, ou aquele que faz o erro não está convencido do caráter sagrado e racional da Lei, ou ele não acredita que cada Lei traz consigo suas consequências. Neste caso, o conhecimento de que ele está indo contra a Lei já está presente. Numa situação assim, o remédio deve ser buscado em algo diferente de mera pregação de sermões.

Erros,  ações erradas, quedas e fracassos ocorrem principalmente através de uma distorção que pode surgir nos pensamentos, sentimentos, desejos e emoções, assim como nos delicados processos do raciocínio e da inteligência.   (...)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Quatro Idéias Para Um Poder Solidário


Construindo as Bases da Ajuda Mútua 


Carlos Cardoso Aveline



“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
condições para a sua própria produção ou sua construção.”

Paulo Freire em “Pedagogia da
Autonomia” (Ed. Paz e Terra, p. 52.)


É inevitável: o caminho da sabedoria interior envolve situações coletivas em que surge a questão do poder, da organização, dos relacionamentos interpessoais e das decisões em grupo.  O mesmo vale para ações altruístas na área social e ecológica. (...)